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Dados Normativos: Entendendo o Escore Z

Interpretar os resultados derivados do uso de um teste é tão crucial quanto criar ou adaptar os instrumentos e aplicá-los corretamente. Para a interpretação dos resultados, é essencial a criação de normas.

Por meio delas, é possível dar significado aos resultados obtidos pelo indivíduo. Portanto, durante o processo de teste com referência normativa, o resultado individual do testado adquire significado quando comparado aos resultados do grupo.

O que são normas?

As normas servem como ponto de comparação, ou seja, são os dados de desempenho de um grupo específico em um teste particular que são utilizados como referência para interpretar os resultados individuais.

O grupo cujo desempenho é utilizado como referência é chamado de amostra normativa e é composto por indivíduos que apresentam um desempenho típico em relação à característica estudada, refletindo o comportamento da população em geral. Portanto, a amostra normativa é representativa da população.

Ao administrar o teste para a amostra normativa, é possível obter a distribuição dos resultados. Esses dados são usados para contextualizar os resultados individuais do teste, e é por meio deles que os resultados individuais recebem significado – esses dados são as normas.

Os resultados individuais e da amostra normativa são frequentemente referenciados em termos de percentis (posição percentual) ou escores-padrão (T ou Z).

Quando os resultados são expressos em percentis, o resultado bruto (o resultado obtido após a correção do teste, seguindo as instruções do manual do teste) deve ser convertido em um resultado percentual.

O percentil indica a posição do desempenho no teste em relação ao desempenho da amostra de normatização e mostra quantos por cento da amostra normativa obteve resultados inferiores ao do indivíduo testado. Outra maneira de expressar as normas é usando escores-padrão.

Ao usar escores-padrão, os resultados brutos passam por uma transformação linear. Isso significa que os resultados brutos são convertidos em escalas que indicam a posição em relação a uma média “x” em termos de desvio-padrão.

O que significa o escore Z (Z-Score)

O Escore Z também chamado de escore padrão, é uma medida estatística que expressa a posição de um ponto de dados em relação à média e ao desvio padrão de uma distribuição.

Em essência, são uma forma de expressar o posicionamento do resultado do indivíduo em relação aos resultados da amostra normativa, mas evitando o problema das diferentes unidades no escore percentual.

Como se calcula o escore Z

A fórmula para calcular o escore Z é a seguinte:

Z = (escore bruto – média da amostra normativa) / desvio-padrão da amostra normativa

Portanto, o escore-padrão do indivíduo é a posição que seu resultado bruto ocupa em relação a uma média “x”, medida em unidades de desvio-padrão. Para entender melhor, podemos fornecer um exemplo, mas primeiro é importante compreender o que é um escore Z.

Como interpretar o escore Z

Vamos utilizar um exemplo prático para entender melhor como o escore Z funciona na prática.

Suponha que esta avaliando o desempenho em um teste de QI (Quociente de Inteligência) de um individuo. O resultado obtido foi de 120 nesse teste. Se a média de QI na população é 100 e o desvio padrão é 15, podemos calcular o escore Z da seguinte maneira:

Z =(120−100)/15=1.33

Isso significa que o indivíduo obteve um escore Z de 1.33 em relação ao QI. Interpretando esse resultado, podemos dizer que o desempenho desse indivíduo está 1.33 desvios padrão acima da média da população em termos de QI.

A interpretação de um escore Z deve sempre ser considerada no contexto da característica avaliada. Por exemplo, um escore Z positivo em um teste de inteligência é algo bom, enquanto um escore Z positivo em um teste de ansiedade pode ser algo ruim, a depender do instrumento de medida.

Conclusão

A comparação de dados normativos em psicometria é útil para avaliar o desempenho individual em uma variedade de características psicológicas. Os escores Z são uma ferramenta estatística valiosa que nos permite padronizar e interpretar essas comparações de maneira objetiva.

Ao entender os conceitos por trás dos escores Z, os profissionais podem tomar decisões mais informadas e ajudar as pessoas a alcançar seu potencial máximo.

Lembrando sempre de usar essa ferramenta com cuidado e considerar o contexto específico em que ela está sendo aplicada para obter interpretações corretas.

Esperamos que este post tenha ajudado você a entender melhor esses conceitos e como aplicá-los na prática.

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Referência

Pacico, J. C. (2015) Normas. In Psicometria. Org: Claudio Simon Hutz, Denise Ruschel Bandeira, Clarissa Marceli Trentini. – Porto Alegre : Artmed.

BRUNO FIGUEIREDO DAMÁSIO

Sou Psicólogo, mestre e doutor em Psicologia. Venho me dedicando à Psicometria desde 2007.

Fui professor e chefe do Departamento de Psicometria da UFRJ durante os anos de 2013 a 2020. Fui editor-chefe da revista Trends in Psychology, da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) eEditor-Associado da Spanish Journal of Psychology, na sub-seção Psicometri e Métodos Quantitativos.

Tenho mais de 50 artigos publicados e mais de 3000 citações, nas melhores revistas nacionais e internacionais. Atualmente, me dedico a formação de novos pesquisadores, através da Psicometria Online Academy. Minha missão é ampliar a formação em Psicometria no Brasil e lhe auxiliar a conquistar os seus objetivos profissionais.

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